sexta-feira, 3 de julho de 2009

POLPA DE AÇAÍ INDUSTRIALIZADA NO PARÁ SERÁ PASTEURIZADA


“Processo elimina agentes causadores de doenças”

Sílvia Freire - Da Agência Folha



A polpa de açaí industrializada no Pará, principal produtor da fruta no país, passará a ser submetida a processo de pasteurização e a procedimentos higiênicos e sanitários que incluem cuidados no transporte, no armazenamento e na manipulação das frutas.


Na semana passada, nove agroindústrias do Estado assinaram um TAC (termo de ajustamento de conduta) no qual se comprometem a adotar as novas medidas até agosto do próximo ano.


No processo de pasteurização, a polpa do açaí é aquecida durante alguns segundos a temperaturas entre 80 ºC e 90 ºC e depois imediatamente resfriada. O processo elimina agentes causadores de doenças como o protozoário Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, e a salmonela.


A pasteurização já é exigida pelo mercado internacional, mas, segundo alguns produtores, encontra resistência no mercado interno. Para Nivaldo Almeida dos Santos, gerente da agroindústria Bela Iaçá, uma das signatárias do TAC, a pasteurização altera a cor da polpa e aumenta o custo de produção. Segundo ele, apenas o produto que é destinado à exportação é pasteurizado.


"O distribuidor nacional, que vende para lanchonetes, muitas vezes não se interessa em saber qual tipo de açaí está comprando", disse. "Imagina-se também que o sabor da polpa pasteurizada é diferente e, por isso, o mercado interno prefere a não-pasteurizada."


O proprietário da agroindústria Pronam (Produtos Naturais da Amazônia), Evaldo Santana, cuja produção já é totalmente pasteurizada, disse que é preciso educar os consumidores brasileiros a exigir a polpa de açaí pasteurizada. "O mercado brasileiro compra qualquer tipo de polpa. Se fôssemos analisar o açaí que é consumido, iríamos encontrar impurezas em uma boa parte."


Segundo ele, o processo altera levemente o sabor do produto, mas mantém todas as propriedades. A mudança no sabor, segundo Santana, não será percebida fora do Pará, onde a polpa da fruta é misturada a outras frutas, mel ou granola.


A produção de polpa industrializada no Pará é voltada quase que exclusivamente para a venda a outros Estados e ao exterior.


O cumprimento do TAC será fiscalizado pela delegacia do Ministério da Agricultura e pela Secretaria Estadual da Saúde. A multa para empresas que descumprirem as cláusulas do acordo é de R$ 5 mil.



Data Edição: 11/07/07
Fonte: Folha de SP

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